por Miguel Uchôa | 29 maio, 2012 | Blog
Quando você vier, traga a capa que deixei na casa de Carpo, em Trôade, e os meus livros, especialmente os pergaminhos. 2Tm 4:13
Acabei de ler esta maravilhosa biografia escrita por Eric Metaxas, uma narrativa impressionante sobre a vida desse pastor, espião e mártir chamado Dietrich Bonhoeffer. Tenho a prática de ler pelo menos uma biografia relevante a cada ano, tenho aprendido muito com elas, são experiências de vidas que marcaram a história da humanidade.
A leitura é algo tão edificante e tão importante que não posso imaginar alguém que vive e não lê. E, ao mesmo tempo posso imaginar quem vive e lê o que o mercado produz de lixo editorial. O importante não é somente ler, mas o que ler. Certas leituras também alienam.
Como cristão a minha leitura primeira é a Sagrada Escritura, dela não abro mão, dela não me afasto e nada pode substitui-la em minha prática de ler. No entanto, não posso me deter a ela, vivo em um mundo secularizado, globalizado e bem, movimentado. Em um país tão dinâmico quanto a sua gente e tão criativo quanto se possa imaginar tanto para as coisas boas quanto para as coisas más. Por isso, como costumava mencionar nosso saudoso Bispo Robinson Cavalcanti “ Um Cristão deve ter em mão sempre o jornal, a revista da semana e a bíblia” creio mesmo que esse conjunto, esse tripé, forma e informa e associado a ele, os livros cristãos de qualidade que temos disponíveis, os romances e a boa literatura que existe em abundância.
Eu estou lendo, nesse momento leio, além do tripé insubstituível, o livro publicado pela missão aliança e ediciones Kayros Igreja: Agente de transformação. Uma coletânea de textos sobre a missão da igreja numa perspetiva integral para todos os seres humanos e para todo o ser humano. Ganhei esse exemplar do Bispo Robinson quando de sua ultima visita a nossa igreja para a sua também ultima confirmação entre nós. Leitura estupenda, cheia de riquezas e ensinamentos que nos levam a sermos mais que sal em um saleiro, mais que uma igreja dentro de um templo, mais que uma placa que indica um local de reunião. De fato estou amando o material .
Estou escrevendo, nesse momento um texto onde narro a minha experiência coma enfermidade e o que ela me mostrou em relação a igreja. Durante esse período eu pude perceber numa lição prática insubstituível ‘Quando a iGREJA é Igreja”. Além disso estou iniciando o 2º devocional que estarei escrevendo para ser usado no período da quaresma 2013. Para aqueles do meio cristão evangélico que desconhecem estes termo, são aqueles 40 dias que estão entre a 4ª feira de cinzas e o domingo de páscoa. Período tradicionalmente separado na igreja para reflexão, meditação em preparação para a semana santa e a páscoa. No prelo está o texto “ para dizer sim com convicção, sugestões para se chegar ao altar em paz”. A ser lançado pela Ed Mundo Cristão em breve.
Estou vivendo, nesse momento, com toda a intensidade que me é permitida. Olhando o presente e procurando enxergar onde posso ser o mais útil possível ao Reino de Deus e a concretização de sua vontade para a sociedade humana. Algo tenho certeza, que vivo dentro de Seu propósito, mas não sei o que me aguarda porquanto nunca me foi dado o direito de saber esse tipo de coisa. Como me disse alguém uma vez, “Miguel, Deus faz como aquela voz que anuncia a próxima estação no metrô, ela só anuncia a próxima estação e não toda a viagem.” Creio que é mesmo assim, Deus vai nos dando as pistas e nós vamos seguindo-as e lá na frente até nos surpreendemos por onde andamos e onde conseguimos chegar e aí reconhecemos que assim foi pela Sua grande misericórdia.
Vivo em paz comigo, vivo em paz com meu próximo, vivo em paz com Deus. Tenho uma família abençoada, um ministério que me dá prazer e que vejo como estando no centro da vontade de Deus. O que mais poderia desejar? O que mais me realizaria se a isso e para isso entreguei a minha existência, se nisso se resume toda a satisfação de minha vida? Tudo mais considero que me tem sido acrescentado e muito tem de fato sido.
Não me deleito mais com coisas que não estão no centro do coração de Deus, não perco meu tempo com aquilo que não ajuda a cumprir minha missão tenho aprendido na prática o que a bíblia chama de remir o tempo. Isso aprendi e não quero perder jamais essa noção. Tudo que eu faço, que seja para agregar valor ao Reino de Deus.
Por essas razões é que digo que tenho a necessidade de estar: Lendo para me enriquecer e informar, Escrevendo para transmitir um pouco daquilo que tenho vivido e, vivendo para ser útil a Deus e ao próximo como parte expressiva de minha missão nesse mundo, até que ele me chame.
por Miguel Uchôa | 13 maio, 2012 | Blog
“Passe à Macedônia e ajude-nos”. Depois que Paulo teve essa visão, preparamo-nos imediatamente para partir para a Macedônia, concluindo que Deus nos tinha chamado para lhes pregar o Evangelho. At 16:9b-10
Desde que conheci a Deus tenho escutado de inúmeras pessoas esta expressão “estou ouvindo a Deus”. Em alguns casos cheguei até a achar engraçado, pois se tratava de situações onde Deus já havia falado claramente sobre o assunto através das Escrituras e quando isso acontece, não posso estar dizendo “ vou ouvir a Deus” ele já falou, talvez seria mais correto para essas pessoas dizerem vou esperar que Deus repita isso para mim particularmente, o que não seria adequado naturalmente.
Ninguém precisa ouvir a Deus para evangelizar, o IDE está claro no evangelho, ninguém precisa ouvir a Deus para ser fiel no casamento isso já está posto nas Palavras de Jesus, muito menos eu preciso ouvir a Deus para me tornar um dizimista, está claro que tanto o antigo testamento e o Novo testamento pelas palavras do próprio Jesus nos recomenda isso.
No entanto, talvez devamos estar atentos sim a outro passo além do ouvir a Deus, me refiro a tomada de atitude. Observe o texto do devocional de hoje citado acima, após ter a visão e partilha-la, eles decidiram “imediatamente” obedecer e seguir o que Deus havia dito. Isso é o que chamamos de atitude. Ninguém deve permanecer ouvindo a Deus e protelando tomar a atitude que ele mesmo propôs. Isso seria incluído no rol dos pecados e teria o nome de desobediência.
Quero motivar você hoje a tomar uma atitude diante do que Deus tem claramente lhe dito, 1º através das Escrituras, 2º através do bom senso, 3º através do entendimento da igreja, a comunidade da fé e ai sim, seguir adiante e imediatamente fazer aquilo que Ele, o Senhor de sua existência está propondo. Tenha certeza de que fechando esses três aspectos dificilmente acontecerá um engano e a vontade de Deus se completará em sua vida e através dela. Que assim, Ele possa te abençoar.
Passe à Macedônia, mas escute primeiro a Deus!
por Miguel Uchôa | 1 maio, 2012 | Blog
Somos uma maioria que confessa a fé Bíblica e afirma os princípios milenares da fé cristã
Depois de dois anos fora dos circuitos internacionais do anglicanismo, impedido de viajar por conta de todos as limitações que a minha saúde me impôs, tive a oportunidade de ser convidado para a conferência de líderes do GAFCON ( movimento internacional surgido a partir da Conferência GAFCON I em Jerusalém que congregou mais de 1.200 líderes anglicanos, Bispos, pastores, homens e mulheres de todas as províncias da Comunhão anglicana e que hoje existe como uma aliança, uma fraternidade em torno do FCA que é a Fellowship of the Confessing Anglicans. )
E o que vi em Londres nesse importante conclave?
Vi líderes de mais de 30 países que como anglicanos, confessam a fé bíblica e estão totalmente comprometidos em propaga-la de todas as maneiras e métodos.
Vi uma igreja que pulsa viva e que não abre mão de ser a tendência principal a maioria esmagadora de uma igreja onde cerca de 40 milhões de pessoas são registradas em seus livros em todo mundo, e somente na Igreja da Nigéria, província anglicana confessante e ortodoxa existem cerca de 20 milhões de anglicanos que não abriram mão da fé histórica e se mantém firme na evangelização daquele país.
Vi uma diversidade de ministérios que mostra que o anglicanismo é uma comunidade de cristãos que se expressa numa variedade de formas e ações, mas que em todos os casos está presente na vida da sociedade procurando “salga-la” de todas as maneiras com a Palavra de Deus.
Vi mais uma vez que o movimento de restauração de igrejas que já acontece há alguns anos continua a todo “vapor”. Templos históricos datados às vezes dos séculos XII, XV, XVIII, anteriormente fadados ao fechamento de suas portas e serem comercializados como tem acontecido em alguns casos, serem renovados pela reimplantaçãode comunidades vivas a partir de igrejas como Holy Trinity Brompton e outras que não abrem mão do espírito missionário.
Vi uma igreja que dá um testemunho de fé em meio a tantas adversidades. Lideres que lideram em situações criticas e cruciais. Exemplos como o do Bispo do Irã Revmo. Azad Marshall que em meio a toda perseguição naquele país segue testemunhando da fé em Jesus Cristo. Do Bispo Bob Duncan, que perseguido em sua própria igreja foi deposto e preterido, mas que se manteve firme na visão bíblica não permitindo que os anglicanos confessantes ficassem sós, surgindo daí a ACNA (Igreja Anglicana na América do Norte) que hoje congrega milhares de cristãos, distribuídos em várias dioceses e com um plano de implantação de 1.000 igrejas nos próximos anos e com muitas dioceses em processo de organização. Do Bispo Da Diocese de Jós ( Norte da Nigéria) que vive sob risco constante de vida vendo seus diocesanos serem perseguidos e até mesmo mortos e suas igrejas destruídas por terroristas as vezes travestidos de mulçumanos.
Vi uma comunidade firme que não abre mão de ser a igreja que o anglicanismo sempre foi, histórico, bíblico e pulsante.
Vi uma série de ministrações teológicas densas e profundamente bíblicas que nos levaram a profunda reflexão ao mesmo tempo em que vi também apresentações lideradas por pastores e bispos de ação ministerial tão diversa quanto é o anglicanismo em seus diversos contextos.
Não vi ninguém com orgulho de ser a Igreja da História, mas vi mais uma vez e atestei o que sempre percebi um enorme grupo de pessoas, uma maioria imensa que tenta fazer da Igreja Anglicana a Igreja que faz a história, que transforma vidas, que age na sociedade, que levanta para dar seu testemunho que se ajoelha para interceder e orar.
Não vi, absolutamente não vi em nenhum momento o sentimento de derrota, de desencanto, pois esse grupo, do qual faço parte com prazer é a maioria dessa Comunhão e não existem precedentes para uma maioria ser preterida por uma minoria.
Não vi, e não creio que meus olhos verão o recuo da secularização da sociedade, dos valores invertidos em todos os contextos desse imenso globo, mas da mesma forma não vi o recuo dos crentes fiéis, desse “exercito” de cristãos transformados pelo Espírito Santo que está presente em todas as circunstâncias sendo luz nas trevas em que a sociedade está imersa.
Foi essa a Igreja que vi, é essa a igreja que creio devemos continuar sendo.
Vejo que seguramente esse continua sendo o caminho a seguirmos, alicerçados na Bíblia Sagrada, entendendo o seu tempo e prontos para testemunhar e agir de acordo com nossa consciência missionária e senso de cumprimento do IDE de Jesus Cristo.
Fiquei tranquilo, pois após dois longos anos de ausência desse círculo, pude perceber que a igreja que sempre vi, continua viva e atuante e é dessa igreja que quero continuar fazendo parte.
por Miguel Uchôa | 19 abr, 2012 | Blog
Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente
Apóstolo Paulo aos Romanos 12:1
Sou cristão, sou cristão confesso, frequento a igreja, desde o dia em que me tornei cristão em 21 de Dezembro de 1979. Sou cristão imperfeito, mas sou cristão, sou cristão incompleto, mas sou cristão, sou cristão em um processo infindável de santificação, mas sou cristão e nunca em momento algum, nego, faço concessão, relativizo ou tergiverso.. eu assumo, sou cristão.
Talvez por isso mesmo tenha dentro de mim um sentimento de indignação que é maior do que eu possa descrever, e a maior delas é que me sinto de mãos atadas diante de tudo que vejo e especialmente diante de uma geração que esta adormecida, anestesiada, e indo mais além, alienada de tudo quanto estamos vivendo em nosso país, e no mundo. Uma geração que está cuidando bem de seu mundinho pessoal, de sua carreira, de seu casamento, e colocando nisso o foco de sua existência, e ai, ai entram os cristãos e os não cristãos, os intelectuóides, e o crentóides, os bigbrotheristas, os malhacionistas e os fãs dos vampiros apaixonados.
Não há uma verdadeira indignação, observe, olhe ao seu redor, perceba que o que tira o sono dessa geração e mesmo dos mais velhos que por algum motivo estão vivendo agora a sua adolescência ou juventude em atraso… não tem nada a ver com os rumos da humanidade, a corrupção em nosso país, a devastação da natureza, a manipulação dos meios de comunicação, dos valores corrompidos, da família desagragada, da promiscuidadeEtc. Isso vira até piada, vira comédia, charge, mas não faz parte da vida real dessas pessoas apesar de trazer-lhes consequências perversas.
Não estranhei meu filho mais novo ter 16 anos completos e sequer ter se interessado em tirar seu título de eleitor para poder ter o direito de votar, claro que não estranhei, pois eu mesmo tenho título de eleitor há 38 anos e nesses tempos ir até as urnas em alguns casos tem se tornado um calvário para mim. Observo que eu ia mais animado com as migalhas de democracia que a ditadura militar me dava, permitindo que eu votasse em um vereador, ou em um senador mesmo sabendo que eles indicariam outro e nunca conseguíamos a maioria no senado. Mas aquele voto era de indignação
Onde estão os indignados? Ora eles estão em duas situações ou como eu, permanentemente indignados ou como outros longe de se indignar por algo que não seja seu universo particular MAS, se meterem a mão no meu queijo eu grito!
Tem muita gente indignada
Indignados com a briga da record com a globo, mas não desgrudam das novelas
Indignados com o poder do big brother, mas gastam ligações e votam
Indignados com os preços… mas não com a causa deles
Indignados coma política, mas votam sem saber em quem, por pedido…
Indignados com os prédios, mas não moram em casas por nada
Indignados com a globo e o que ela fez com os fãs dos Beatles, mas que não se
indignam com o que ela faz todos os dias com a população
Indignados com a poluição, mas seus projetos jogam esgoto na rede pluvial
Indignados com o dízimo das igrejas, mas querem os dividendos divinos
Indignados com Edir Macedo, mas são fiéis a Waldomiro
Indignados com Waldomiro, mas são fiéis a Macedo
Indignados com os dois e se justificam para apostatar da fé
Indignados com a homofobia, mas são heterofóbicos
Indignados com a corrupção, mas sonegam, subornam, e roubam sem remorso
Indignados …
São muitos os indignados.. mas são pouquíssimas as causas nobres de indignação
Seguimos mais uma vez assistindo a briga politica dos caciques para saber quem vai tentar nos manipular dessa vez. Será que ninguém percebe que de quatro em quatro anos, as ruas ficam asfaltadas, há mais iluminação etc…
Como cristão eu sigo indignado porque minha fé diz que eu não devo ceder à cosmovisão deste século, deste ou de qualquer outro tempo.. Posso ser um grito no oceano de silêncio, e sei que não sou, mas me manterei assim indignado com a demência de uma geração e de um tempo.
Saudade das passeatas
Saudade dos comícios policiados
Saudade das reuniões do DCE com os dedos duros em volta
Saudade até dos caras pintadas
Nunca pensei que poderia dizer isso, mas saudade de um tempo em que os tanques do Exército se enfileiraram na Universidade para deter um bando de jovens que apenas gritavam por mais verbas para educação, mais democracia, eleição direta para reitores e diretores..
Sinto-me ainda pior quando vejo que muito disso foi alcançado, mas ainda precisamos daqueles jovens nas ruas, pois a coisa não mudou muito. Mas onde estão eles?
Ora eles estão indignados, com aquilo que afeta as suas vidas!
por Miguel Uchôa | 9 abr, 2012 | Blog
Agradecemos a todos os que prestigiaram a noite de lançamento do Livro ” Do Túmulo Vazio à Descida do Espírito” Um Momento muito especial em nossas vidas que foi coroado coma presença de tanta gente especial.Estamos seguindo o devocional e hoje já refletimos sobre a dependência do Espírito de Deus.