4a Feira 36o Dia de Escuta

Dependo de Ti

Marcos 10:1-16;2 Coríntios 2:14-3:6

No coração do homem, um grito. No coração de Deus a provisão

Stanley Jones

 

Hoje, vou mais uma vez lhe sugerir que comecemos a nossa meditação pelo texto da carta aos coríntios. E ainda mais, iniciarei pelas ultimas frases, que correspondem aos versos 5 e 6 do capitulo terceiro. Estas são palavras inspiradoras. Particularmente, um dia, quando decidi aceitar o chamado de Deus para seguir no ministério e me tornar um pastor estas palavras foram decisivas para mim, minha melhor tentativa de argumentação com Deus no sentido contrário ao seu chamado era de que eu não tinha a capacidade de realizar aquilo para o que ele estava me chamando. O que Paulo escreve vem confirmar isso, de fato nós, por nós mesmos, não temos essa  capacidade, e ele afirma “ a nossa capacidade vem de Deus” . Para tudo aquilo que Deus demanda de nós ele mesmo nos capacitará, sempre. Já vimos nestes dias que até em nossas limitações em resistir ao mal ele nos dá o escape, a saída, portanto se assim faz nesses momentos assim fará nos momentos onde ele mesmo tem um propósito definido para nossas vidas.
Dentro do contexto, Paulo está dizendo aos coríntios, que o estavam rejeitando como apóstolo, e dele demandavam uma carta de apresentação, que a carta dele era a vida de cada um deles e a obra de Deus realizada através de seu ministério. Ele era ministro ordenado pelo Espírito e não por letra, sabedoria ou homens. Isso mais uma vez nos deixa a certeza de que naquilo que Deus demanda, ele comanda. Muito cedo, em meus dilemas pessoais quanto a compreender o chamado, recebi um conselho de um experiente pastor, hoje falecido. Ele me disse, quando Deus chama, Ele se responsabiliza, quando alguém se chama, a responsabilidade é pessoal.
De alguma forma, eu e você fomos chamados para sermos o aroma de Cristo em todo canto, em todas as situações onde nos encontramos e em cada uma dessas situações devemos ter a certeza de que Cristo estará sempre ao nosso lado, como ele mesmo prometeu, até a consumação de todos os tempos. Tenha a certeza de que essa é a verdade, esse é o fato, ele está aí com você nesse exato momento lhe sendo presença divina, inspiração e força em cada situação. Talvez o meu chamado seja diferente do seu, muito provavelmente isso é verdade no que diz respeito às particularidades de nossos chamados, mas de forma comum somos chamados para testemunhar de Cristo e sermos o seu aroma, sempre.
O evangelho vai tratar de uma assunto que diz respeito ao casamento e o divórcio. A Lei dava o direito ao marido se divorciar de sua mulher pelos motivos que ele considerasse relevante e muitas vezes esses motivos eram banais. Isso se tornou um problema sério pois a baliza da justiça humana, falha e extremamente limitada estava mais uma vez sendo o prumo da retidão e, tanto eu quanto você sabemos que isso nunca funciona, não temos tamanha capacidade, julgar não a nossa melhor atribuição, tanto que Jesus nos alerta quanto a esse atributo “ não julgueis …”
Jesus diz a eles que Moisés escreveu aquilo por conta da dureza de nossos corações, exatamente pela ausência dessa habilidade de julgar o que seja correto e pela nossa impossibilidade de seguir com perfeição o projeto de Deus. Claro que o plano perfeito de Deus para nossa vidas e o casamento como parte delas, é, e será sempre uma relação permanente, estável e duradoura. No entanto, a dureza de nossos corações em cumprir o projeto perfeito de Deus, as nossas muitas limitações em seguir sua direção  fazer aquilo que ele mesmo deseja sempre, temos visto tem sido uma de nossas grandes dificuldades. Sem entrar aqui nos meandros desse assunto, que não é um consenso entre os cristãos e nem mesmo fora desse círculo, é importante observar que o que se torna aqui muito importante é o que o apóstolo tenta dizer aos coríntios, viver a vida, exercer ministério, desenvolver relacionamentos, deve sempre e sempre ser algo dirigido pelo Espírito de Deus e nunca pelos nossos próprios juízos, eles são sempre muito limitados.
Hoje receba essa palavra como exortação dos céus, viva a sua vida na dependência do Espirito de Deus, tome suas decisões sempre orientadas pela direção do Espírito, somente  assim nossos corações estarão “ amaciados”o suficiente para que a Graça seja suficiente como guia e a severidade da Lei nunca se faça necessária.

 Minha Oração

 Senhor, reconheço minha incapacidade de julgar a mim mesmo e a outros. Me ajude a enxergar tudo pela lente de tua graça, com o coração amolecido pelo teu amor e pemperado sempre coma tua misericórdia.

 

 
3a Feira 35o dia de Escuta

3a Feira 35o dia de Escuta

Viver Aprumado 

Mc 9:42-50;1 Co14:20-33a, 39-40
Estou procurando alguém que me leia o evangelho
com o sotaque de Cristo
W.V. Martins

 
Uma palavra dura essa que Jesus traz nesse momento, é melhor morrer do que desviar alguém que crê com ensinos enganosos. Isso me faz tremer e temer mais do que qualquer outra coisa. Sei que nem sempre percebemos essa preocupação em todas as pessoas, mas no momento deixe isso de lado, até porque a nossa capacidade de julgar, temos visto, é bastante limitada, mesmo em algo tão obvio como talvez imaginemos ser esse caso.
O exemplo, testemunho e anuncio da verdade é algo que devemos ter atenção redobrada.  E as ilustrações dadas aqui por Jesus nos deixam sem qualquer dúvida. É melhor perder algo para o quê damos muito valor como um membro importante do corpo, uma mão, um olho do que fazer alguém se desviar da verdade.
Perceba a importância dada por Jesus a isso e pergunte a si mesmo(a) hoje, dou essa mesma importância? Se sim, Deus te abençoe, se não, é tempo para refletir, pensar e agir na direção de acertar o prumo. Esta semana estava observando o uso do prumo numa obra aqui em minha casa, meu filho perguntou oque e isso? Se referindo ao prumo, expliquei: filho você já ouviu a expressão desaprumado? Sim disse ele, pois bem perceba que sempre se refere a alguém que perdeu a linha, a retidão, alguém que “penço” não está alinhado com uma referencia qualquer. Na vida com Deus é assim, enquanto não nos aprumamos a referência de sua vontade, de sua Palavra estamos desaprumados e nosso testemunho está “penço”. Vimos no evangelho que Jesus dá uma seriedade a essa questão que nem sempre nós mesmos damos.                       
Na carta aos coríntios e na continuidade da ministração relativa aos dons do Espírito, Paulo está insistindo no propósito dos dons e não apenas nos benefícios pessoais que podem trazer para nossas vidas. Eles existem e isso não e negado pelo apóstolo em nenhum momento, mas talvez por conhecer bem a natureza humana ele adverte com foco no que chamamos de objeto dos dons, eles existem acima de tudo para glorificar a Deus, a sua razão de existir é essa em primeiro lugar.
Mas vejo aqui uma ligação com o que estamos observando no evangelho de hoje, a questão do testemunho, agora no sentido  de propósito. Se o dom, seja ele qual for não servir ao seu propósito para que servirá? Para levar alguém ao engano da vaidade? Para dar a alguém a pobre convicção de um prazer pessoal em detrimento da glória de Deus? Pense, tudo isso pode também desviar alguém do perfeito propósito de Deus, e isso seria arriscado segundo o que Jesus colocou no evangelho de hoje.  O que fazer então? pergunta Paulo!
Na resposta a sua própria  indagação ele diz que tudo deve ser feito com ordem e com decência. As coisas de Deus sempre seguirão nessa direção. A ordem e a decência de um testemunho, a ordem e a decência do exemplo, do modelo a ser seguido. O foco naqueles que chegam e ainda não conhecem a verdade do evangelho mais uma vez , percebam é aqui tratado como muito importante. Mais uma vez a Palavra dá relevância ao que nossas vidas e testemunho pode ser para aqueles que nos observam.
Em Poucas palavras nessa reflexão de hoje pense sobre a seriedade de ter a Palavra de Deus como Prumo para a sua vida e a necessidade de ser esse exemplo e testemunho em todas as dimensões e para todas as pessoas. Talvez você esteja ainda refletindo na mensagem de domingo e nesse Tempo de Escuta, esteja ouvindo a voz de Deus nessa direção, viva essa realidade, seja exemplo e assim, glorifique a Deus.
Minha Oração
 Senhor, quero ser  e viver aprumado coma Tua vontade e fazer aquilo que seja exemplo para qualquer pessoa que me observe, em qualquer situação

 

 
2a Feira 34o Dia de Escuta

2a Feira 34o Dia de Escuta

Privilégio de Servir

Mc  9:30-41;1 Co14:1-19

Se você faz qualquer coisa pensando em louros,
na perspectiva cristã isso já perdeu o seu valor

M. Andrade

 Depois de um período retirado com seus discípulos, Jesus está de volta a Carfanaum, a sua cidade e em casa conversa com eles. De antemão é importante observarmos que mais uma vez Jesus se retira para um período de comunhão e ensino com os seus discípulos mais próximos. Mais uma vez precisamos perceber que estes momentos são uma realidade em todo ministério de Jesus e assim, precisam ser em nossas vidas. Um Tempo de Escuta, como esse que você está tendo nesses dias, meditando neste devocional, orando diariamente pode ser ao mesmo tempo transformador e preparador para  sua vida. Creio e assim espero, que a essa altura você já percebeu isso.
O ensino que quero pinçar nestes textos de hoje se monta em cima das palavras de Jesus quanto aos privilégios. Perceba que Jesus os questiona sobe o que falavam, como se já não soubesse. Quem é o maior?  Você vê como a natureza humana continua a mesma e sempre foi em todos os tempos desde a queda e o afastamento de Deus? Esses homens estavam andando com Jesus, pondo suas vidas em risco, abandonando seus negócios, mais ainda assim, lhes faltava a compreensão das coisas mais simples do evangelho.
O evangelista registra que eles não entendiam quando Jesus lhes falava da necessidade de sua própria morte! Não me espanta a confusão em suas mentes quanto a isso, me chama sim a atenção o fato de eles ainda não terem entendido que no Reino de Deus os privilégios não seguem a mesma hierarquia do mundo, e assim ainda buscavam ser beneficiados de alguma forma.  Aqui Jesus ensina sobre como deve ser o nosso coração daqueles que querem viver com Jesus, puro, sincero, verdadeiro, essa é a marca de um coração que serve a Deus. Esse é um coração de servo e como ele mesmo disse, os primeiros serão os que servem, essa é a natureza daqueles que vivem o Reino de Deus, servir.
Claro que esse texto tem outras lições, aliás é um texto bem rico, apesar de curto, talvez porque Jesus está ministrando intensamente e sobre diferente assuntos. Mas mantenhamo-nos nesse tema. Como você enxerga essa questão em sua vida cristã? Como você vê a sua vida, o seu esforço em servir e até o seu sacrifício não ser colocado em consideração na hora de contar para seus supostos privilégios? Sejamos sinceros, de alguma forma, sempre aguardamos algum tipo de recompensa, é isso que entendemos como privilégios, um ganho, um “plus” por conta do que fazemos. Por mais que não desejemos, a ausência de um simples reconhecimento já nos coloca insatisfeitos e com o sentimento de termos sido injustiçados. Isso é a falha de nosso ser, as raízes de uma natureza decaída. Não se martirize por isso, mas também não se contente com isso. Lute com todas as suas forças para vencer qualquer sentimento que lhe sugira ter algum privilégio, pois o maior privilégio nosso, como cristãos, é servir.
Isso fica claro quando na carta aos coríntios Paulo, após falar sobre a excelência do dom de amar no cenário de todos os dons ele faz a comparação e sugere dois dons, o de línguas estranhas e o de profecia. Para melhor compreensão ´importante que saibamos que quando o apóstolo fala aqui de profecia, o termo usado se refere àquele(a) que fala por Deus, que anuncia as coisas de Deus e não especificamente, nesse caso, trata de profecia como uma visão antecipada das coisas, dos tempos e fatos. Um simples oráculo de Deus, se assim podemos chamar de simples,  é o que está posto aqui. Ora ele afirma que aquele que fala as coisas de Deus e que assim pode fazer muitos entenderem o propósito de Deus muito mais importante do que aquele que fala em línguas estranhas, pois se não houver interprete, estará falando em mistérios a Deus e mais e ninguém, senão ele mesmo será beneficiado. Perceba o cerne da questão, serve melhor a Deus quem serve a outros , quem abençoa outros. Isso em si deve ser considerado um privilégio maior do que qualquer outro existente.
Provavelmente você já se sentiu entristecido(a) por não ter sido reconhecido(a) por algum trabalho realizado, seja na igreja, seja na sua profissão ou em qualquer situação. Não aceite esse sentimento como normal e até justo, como alguns pensam. Se você faz qualquer coisa pensando em louros, na perspectiva cristã isso já perdeu o seu valor e, mesmo tendo abençoado outros, não está trazendo benção para você. Por isso atente para as palavras de Jesus, complementadas pelos exemplos de Paulo, é a Palavra de Deus lhe dizendo, alegre-se em ser útil ao próximo e não entenda isso como um simples discurso de retórica, mas como a profundidade da mensagem do evangelho em toda a sua simplicidade.
 
Minha oração
Deus, meu ser deseja ser reconhecido, meu intimo busca esse sentimento, mas minha consciência e meu coração sabem bem que a Tua Palavra é a verdade, me ajuda a negar a mim mesmo nisso e desejar apenas ser útil, em qualquer situação.
 
 
           

Domingo 33 o Dia e Escuta

Sigo para o alvo
O exemplo é um idioma que todos os homens podem compreender
Walter B. Knight

Hoje iniciamos mais uma semana de nossa caminhada nesses 40 dias de Escuta. Temos escutado muito de Deus através da leitura e meditação no evangelho e na carta de Paulo aos coríntios. Hoje numa reflexão que nos lança para mais uma semana temos a afirmação evangélica de que Deus se fez gente, carne e habitou entre nós, se fez como nós, viveu como nós, sofreu como deveríamos sofrer para nos livrar do pior sofrimento, a morte eterna.
A afirmação de que nele, Jesus, habitou toda plenitude de Deus e que assim toda luz estava nele nos mostra o caminho da salvação e nos deixa uma única direção a seguir, a direção da luz. Não faz qualquer sentido uma opção pelas trevas, as trevas dificultam nosso andar, bloqueia a nossa visão e não nos dá uma ideia clara e verdadeira da vida. Optamos por Cristo porque nele vimos toda luz. E assim como João não era a luz mas apontava para a luz, assim eu e você devemos ser e viver. Nossa vida deve apontar para a luz de Cristo.
Na carta aos filipenses percebo dois fatos que podem nos ensinar riquezas profundas, verdadeiras e impactantes. Em primeiro lugar vejo que Paulo, refletindo sobre a sua própria vida, sua história, seu pano de fundo familiar e religioso, a tudo considera irrelevante diante do que ele ganhou em Cristo. O que era lucro….
Paulo tem a ideia perfeita de sua imperfeição, não obstante ter uma história que lhe daria altas credenciais no meio religioso de então, mas para ele, foi considerado como “esterco”, como algo sem valor diante do que ele afirma ter ganho em Cristo. Ora, se esse gigante de Deus se considera nada e sua história perda, entendo que esse pode ser um bom exemplo para rever meus valores e assim perceber o que tenho valorizado na vida.
É forte demais a afirmação desse fariseu convertido quando ele diz “Mas o que para mim era lucro, passei a considerar como perda, por causa de Cristo. Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus” Pense sobre isso um pouco, reflita e veja o que você tem considerado lucro na vida.
A segunda observação que faço no texto aos filipenses é na afirmação que faz esse apóstolo dos gentios, escolhido a dedo por Deus, pinçado entre tantos, a quem é tributado boa parte dos ganhos da sociedade ocidental e a maior parte da influencia que a fé cristã

exerce no mundo até os dias de hoje. Quando o vejo dizendo que ainda está distante do plenitude, que segue para o alvo e que assim, cheio de esperança, se mostra um ser humano com todas as suas limitações.
Me vejo nesse homem, me espelho nesse gigante, me inspiro nesse servo, especialmente chamado pelo Senhor para seguir adiante em minha missão de servir a Deus com meus talentos, dons, habilidades, recursos e tudo que dele mesmo tenho recebido e que, apesar de mim mesmo posso manter firme a esperança de que Deus pode me usar, provavelmente já o está e cabe a mim reconhecer isso e responder ao seu chamado.
Aquele que se fez gente, se fez como eu, veio em meu resgate, agora me capacita e me dá a consciência de que mesmo diante de minhas limitações me mantenho no alvo, na direção de ser e fazer a Sua perfeita vontade.

Minha Oração

Deus, nada mais desejo do que a certeza de que estou seguindo na Tua direção , olhando para ti como alvo e tendo a certeza sempre de que tu, feito gente conosco, estas conosco a cada momento.

Sábado 32o Dia de Escuta

Sábado 32o Dia de Escuta

Amor, o tempero
de todos os Dons

Mc 9:14-29; 1 Co 13:1-13
O amor é a fita métrica com a qual se mede o cristão
Roger W. Johnson

 

Jesus não permitiu que se fizesse as três tendas para que pudessem ficar no topo do  monte experimentando a transfiguração. O desejo de Pedro foi natural, qualquer um de nós desejaria a mesma coisa, mas Jesus sabia qual era a missão e nunca hesitou em cumpri-la. Agora eles estão descendo o monte  e encontram os outros discípulos rodeados de pessoas e um jovem possuído por um demônio e um pai desesperado.
Assim é conosco, a humanidade está gemendo de dores, o mundo que jaz no maligno está diante de nós e por isso não nos cabe estar contemplando exclusivamente a experiência da transfiguração, experimentando do gozo da presença plena sem prestar atenção no gemido do mundo. Seria de nossa parte uma atitude egoísta agir assim. O mundo e suas necessidades estava ao pés daqueles discípulos que, se dependesse deles, estariam no topo do monte gozando daquela impressionante experiência. Creio que não poucas vezes estamos sujeitos a agir da mesma forma, a nos acomodarmos a um cristianismo que contempla, mas que não age. Esse não é o cristianismo de Jesus. Como disse alguém, “ Igreja só é Igreja quando uma mão se estende ao alto em adoração e a outra se estende para baixo em socorro”
Jesus encontra aquela cena de apreensão e, como vimos, um pai que se desespera na tentativa de conseguir ajudar seu filho possuído por um espírito maligno. A cena é triste, chega a doer o coração quando, como pai que sou, imagino a cena. Os discípulos bem que tentaram expulsar aquele espírito mas não conseguiram. Jesus, como que num desabafo questiona a fé deles. Porque ele disse aquilo? Ora, não estranhe, Jesus já havia dado a eles autoridade, ensinado como se faz, eles já vinham experimentando o poder de Deus, mas mesmo assim, se viram incapazes de solucionar aquele problema. Não tiveram a autoridade suficiente para ordenar aquele espírito que se retirasse.
A verdade é que na vida cristã e especialmente no exercício do ministério cristão nos defrontamos com situações difíceis, momentos de luta onde nossas forças não são suficientes para resolver certos casos. Fugir disso é um sinal de dissimulação, e caminha para uma atitude hipócrita. no exercício do ministério cristão nos defrontamos com situações difíceis, momentos de luta onde nossas forças não são suficientes para resolver certos casos. Fugir disso é um sinal de dissimulação, e caminha para uma atitude hipócrita. Ao contrário, mostra uma atitude de humildade e reconhecimento de nossas muitas limitações e Deus, gosta de um coração assim.
O diálogo de Jesus com aquele pai em desespero pode também mostrar qual deve ser a nossa postura sempre. A resposta dele mostra a ambiguidade da fé , o paradoxo da fé e da descrença. Na realidade, queremos crer, e cremos, mas ainda estamos cheios de dúvidas. Claro que não gostamos dessa contradição interior e até certo ponto irracional, mas é assim que somos, frágeis. Jesus coloca com clareza, Deus pode tudo, mas você precisa crer.  Um fato importante que me chama a atenção é o fato da compreensão de Jesus. Ele sempre nos compreende muito bem, entende nossas limitações e, diferente de pessoas que culpam sempre os outros pela ineficácia de suas orações colocando sobre eles o peso e a culpa da ausência de fé, Jesus os exorta sim, mas em seguida executa a obra, mostra mais uma vez o poder de Deus e ensina-os mais uma vez.
Lembro de alguém que me procurou com um peso em seu espírito pois ao ter se submetido a uma oração por uma pessoa e ter tido as promessa da cura daquele mal , dias depois fez o contato para perguntar o que fazer porque seu problema continuara, a sua frustração foi grande ao receber a resposta fria e desumana de que o problema era dela e o ocorrido se devia a sua ausência de fé. Não, de fato não é essa a postura de Jesus e por isso jamais deve ser essa a nossa postura. A verdade é que Jesus os consola dizendo que certas situações são especiais e por isso requerem uma postura especial ( Jejum e oração). Fugir disso, é fugir do que Jesus mesmo afirma.
Talvez você se encontre pensando sobre isso em sua vida, sobre as dificuldades que tem encontrado de viver e aplicar a sua fé no dia a dia de sua vida, nas barreiras que muitas vezes tem impedido a sua ação como cristão(ã), mas perceba que as palavras de Jesus são ao mesmo tempo exortativas e consoladoras. Ele está lhe dizendo, dedique-se mais a oração, jejue se for preciso, fortaleça-se, prepara-se pois neste mundo enfrentamos “castas” que nos desafiam a cada dia. Portanto vigie, ore e esteja atento(a).
O apóstolo segue em sua ministração sobre a necessidade, a aplicabilidade a relevância e o propósito dos dons espirituais. Seu ensino chega no dom do amor. A leitura desse texto não encontra seu sentido pleno quando lido isoladamente. Continua sendo verdade, sendo bonito, inspirativo mas, somente encontra seu propósito no contexto desse ensino, o ensino da relevância dos dons na igreja. Perceba que estamos refletindo sobre como cada dom tem um papel no corpo, como o corpo funciona com todos os dons como membros relevantes e, nesse momento ele coloca o amor como o dom que “tempera”  todo o ensino. De nada vale todos esses dons, essas operações de  milagres, esse movimento espetacular sem que esteja presente o amor. No episódio que me referi podemos perceber isso. Aquela pessoa que desejava apenas uma explicação, uma palavra amiga, um gesto de amor, um consolo para a sua fé que parecia debilitada, recebe um balde de água fria, uma palavra árida que tenta livrar-se de qualquer culpa pelo “não resultado” daquela oração imputando sobre o outro toda e qualquer culpa. Faltou o tempero do amor nesse contexto.
Um conselho que costumo dar às pessoas é que aceitem suas limitações, se compreendam como imperfeitos e deixem claro que não têm todas as respostas e que isso não significa em momento algum falta de fé, nem tampouco retirará sua autoridade espiritual. Tenho aprendido que meu papel orar sempre e o que vai além disso depende apenas de Deus e de mais ninguém. Nunca desanime pelos desafios que a vida lhe impõe, nunca se culpe por resultados não ocorridos, eles não dependem de você, mas essencialmente da soberana vontade de Deus.
 
 Minha Oração
 Senhor, hoje meu desejo é que tu possas me ajudar a compreender os mistérios da Tua soberana ação. Permita que os meus dons e a prática deles esteja sempre temperada com o dom supremo do amor, que em tudo coloca uma pitada de tua graça.