por Miguel Uchôa | 25 mar, 2013 | Blog
Adoração e Entrega
Jo 12:1-8;Hb 9:11-15
Adoração é quando uma mão se estende ao alto e a outra
se estende ao próximo em socorro
Autor desconhecido
Não há como precisar a exatidão dos dias nessa sequência da ultima semana de Jesus em Jerusalém. Sabemos no entanto que nestes textos do evangelho ele está na cidade e no caminho para o calvário. Betânia era uma vila, nas cercanias de Jerusalém e lá era a casa de Lazaro e suas irmãs Maria e Marta. No registro do evangelho existem dois outros episódios nessa mesma casa. Em uma das passagens por lá Marta e Maria entraram em uma polemica, Marta estava todo tempo servindo a mesa e cuidando da casa enquanto Maria, concentrava-se nas Palavras de Jesus, estando a seus pés.
Jesus mencionou que Maria havia escolhido a boa parte. Claro que ele não se referia ao serviço com desdeem , mas sim como algo que poderia esperar enquanto ele estivesse ali, ministrando. Observando esse episódio, perceba que Maria parece que continuou coma mesma postura, procurando estar ao lado de Jesus e Marta da mesma forma continuava servindo a mesa. Dessa vez Maria foi ao que poderíamos chamar de extremo, limites de uma postura de entrega. Quando ela quebra o vaso de perfume de Nardo puro, está realizando um sacrifício de louvor e adoração. Sacrifício não somente porque o ato em si foi um gesto de adoração, uma atitude que sugere quebrantamento, lavar os pés era algo que estava ligado a um ato de humildade, somente os servos faziam isso. Mas também porque o perfume que ela derramou foi uma preciosidade. Nardo não era uma “colônia” qualquer, era um perfume que custava muito caro.
Maria não mediu esse preço para derrama-lo sobre os pés de Jesus e enxugar com seus próprios cabelos. Você percebe o significado desse ato? Chamou a atenção de Judas, que cuidava do dinheiro e sua observação mencionando o desperdício recebe a repreensão de Jesus e mais uma vez Maria recebe elogios pela sua acertada postura.
Na nossa vida nunca será diferente, quando nossa atitude se assemelhar ao que Maria fez, será sempre um excelente sinal de que estamos na direção certa. A adoração verdadeira é uma marca de quem entende o valor de um relacionamento aprofundado com Deus. Mas algo precisa ser deixado claro e neste episódio está bem delineado, a atitude de adoração não se limita a gestos, tampouco a sentimentos, mas sempre se revela quando existe uma entrega real e significativa de nossas vidas e daquilo que valorizamos. Cada um de nós tem sempre um “frasco de nardo” pessoal que precisa ser quebrado e derramado aos pés de Jesus. Algo que valorizamos e que temos dificuldade de entregar a Deus, isso precisa ser vencido pela verdadeira atitude de adoração.
Adoração significa entrega total, sem limites de tudo e de todo nosso ser. Levantar as mãos ao céus não será nunca suficiente se o restante de nosso ser não estiver também elevado ao alto. A entrega de nossas vidas precisa incluir tudo que nos envolve. Todos nós temos dons, talentos, habilidades, recursos que nos foram dados por Deus e disponibilizar tudo isso para ele, faz parte de nossa rendição e entrega. Você pode avaliar a quantas anda a sua atitude de adoração medindo aquilo que de prático você disponibiliza para Deus. O gesto do povo de Deus e do Rei Davi em adoração quando da dedicação do templo foi de muita entrega, o que marcou isso foi mais que cânticos, trombetas e chofares, ali houve disponibilidade daquilo que eles tinham e valorizavam.
No texto da carta aos hebreus fica claro que quem nos leva à plenitude da adoração é Jesus Cristo nosso sumo sacerdote que com sua morte e ressurreição venceu o ultimo inimigo e triunfou nos dando o direito e o livre acesso a presença de Deus. Sem Jesus, a verdadeira adoração nunca será realidade, sem Jesus ficamos de fora do santo dos santos. Eu creio que você está percebendo que esse tempo de escuta lhe levará naturalmente a uma atitude de entrega, ou pelo menos lhe mostrará o quanto ela é necessária. Decida hoje que a sua adoração envolverá mais do que braços erguidos e significará entrega de todo o ser.
Minha oração
Senhor, que minha atitude de adoração seja de entrega total. Me ajude a enxergar tudo em minha vida onde exista a possibilidade de te servir em verdadeira adoração.
por Miguel Uchôa | 24 mar, 2013 | Blog
Promessa É Promessa
Lc 19:28-40;Sl 118:1-2
As possibilidades são tão brilhantes como as promessas de Deus
J. Hudson Taylor
Hoje começamos a terceira parte de nossa campanha de crescimento espiritual, entramos na semana crucial da história da humanidade. Jesus inicia sua jornada na direção do calvário. Hoje, de posse do texto, do registro histórico sabemos como tudo aconteceu, mas estamos diante de uma multidão de discípulos e de admiradores que a essa altura já era grande. Eles viram Jesus entrar em Jerusalém e enxergaram naquele momento um ato de cumprimento profético. A profecia de Zacarias dizia que assim seria. Assim essa aclamação se justifica, mas também levemos em consideração que Jesus já havia feito muitos milagres e já era bem conhecido. Ali, deveria haver um numero grande de pessoas que já teria sido alvo da ação de Deus através de Jesus. Nossa semana se inicia com uma reflexão sobre a soberana e perfeita vontade de Deus, além do cumprimento de seu plano e da missão salvífica de Jesus.
Procuro enxergar na perspectiva de Jesus, sei que não é fácil , mas tento assim mesmo. Vejo Jerusalém surgindo pela encosta do Monte das Oliveiras, o grande monte do Templo adiante e a multidão se ajuntando, essa multidão está aclamando Jesus como rei, mas ele sabe que isso é passageiro e logo, muitos desses estarão gritando Barrabás em troca de algum proposta dos lideres judeus. O coração endurecido desse povo era conhecido por Jesus, pouco tempo depois ele vai prever a destruição dessa cidade, chorando sobre ela. Não soube reconhecer o momento de Deus , rejeitou seus profetas. Assim ele se dirige a cidade, se depara com aquelas imensas muralhas e provavelmente pensa que elas não ficarão de pé em um futuro próximo. Assim escuta os gritos da multidão hosana nas alturas, bendito o que vem em nome do Senhor…
A Palavra de Deus nunca volta vazia, isso já sabemos e hoje podemos perceber que mais uma vez isso se cumpre. O messias esperado está ali, onde e como por séculos foi dito que ele estaria, Deus cumpre sua promessa. E em nossas vidas isso deve nos servir de exemplo. A promessa da Palavra de Deus não se move, não se mexe, não muda, ela é sempre assim, verdadeira e em seu tempo haverá de se cumprir. Na sua vida assim como na minha já vivenciamos situações onde esperamos para ver o cumprimento da promessa de Deus, ou, quem sabe você ainda está esperando por ela. Hoje você pode fortalecer a sua convicção de que Deus está sempre a caminho, em sua direção assim como estava a caminho de Jerusalém, um dia ele chegará e você o aclamará pela sua fidelidade.
Mas vejo um outro angulo que precisa ser observado aqui. Perceba que os religiosos judeus, os fariseus, sempre eles, ficaram indignados com aquele alvoroço, com aquele tumulto em torno do que eles diziam ser a promessa do messias sendo cumprida. Ele não estavam enxergando em Jesus o enviado de Deus e por isso o incomodo em seus corações. Quando se dirigem a Jesus para dele solicitar que se calem a resposta de Jesus é digna de nossa reflexão. “ Se eles calarem as pedras clamarão”. Eles não podem se calar porque esse e o momento da história que Deus escolheu para glorificar o seu nome, eles estão fazendo aquilo que todo ser humano deve fazer , reconhecendo o tempo de Deus em suas vidas, a graça de Deus e a sua grande misericórdia em enviar seu filho a esse mundo para nossa salvação. Como poderiam calar diante dessa verdade. Ate as pedras clamarão diante de um momento assim.
Vejo aqui a lição para nossas vidas se completar hoje. Elevando as mãos, erguendo ramos, louvando de alguma forma, devemos sempre glorificar o nome do Senhor pois somente ele é digno disso. O salmista no texto de hoje apenas registra a expressão de louvor e reconhecimento quando diz : Que Israel diga: “O seu amor dura para sempre!”
Tenha sempre em sua vida a certeza de que mesmo nos momento onde o que está em sua volta não parece concordar, as promessas do Senhor se cumprem e elas sempre são para o nosso bem. Hoje iniciamos com Jesus uma caminhada até o calvário, mas antes vamos experimentar cada momento, dessa jornada e vive-lo com toda intensidade. É uma excelente oportunidade para a realização de um jejum que lhe ajude no tempo de reflexão. Inicie hoje, para entregar esse jejum no próximo domingo com um grito de vitória semelhante aquele que chamou jesus da morte.
Minha Oração
Senhor, sei que há um tempo para tudo e para todo teu propósito. Me ajude a enxergar esse tempo em minha vida. Me ajude a ser um dos que clamam, que anunciam e que nunca irão permitir que as pedras clamem em seu lugar
por Miguel Uchôa | 23 mar, 2013 | Blog
Atitude
Mc 10:46-52;2Co 4:13-18
A nossa natureza está no movimento: O repouso completo é a morte
Pascal
Um homem que durante toda a sua vida não teve o privilegio de poder enxergar a luz do dia, as cores da natureza e a face dos seus semelhantes, alguém que nunca pode perceber as expressões que um rosto humano expressa como resultado de sentimentos como dor, tristeza, reflexão, alegria, desencanto, dúvida … talvez para alguém que enxergue isso possa parecer mais que normal, mas pense comigo, ser privado disso algo sutilmente triste.
Assim era a vida de Bartimeu, conhecido na região ao ponto de ser mencionado pelo nome pelo evangelista Marcos, que registra o episódio de hoje para nossa reflexão. Sempre que leio esse texto me ocorre algo a observar que me parece inédito nos meus muitos pensamentos sobre essa história. Entre todas elas me chama muito a atenção a atitude de Bartimeu e o que o cercou. A narrativa diz que quando soube que era Jesus passou a gritar pelo seu nome. Aqui vem a primeira atitude que me chama atenção nessa história.
INICIATIVA, o que conseguiremos sem ela? Pouco, posso lhe garantir, pouco diante do que podemos obter com ela. Ele sabia quem era Jesus, mas como tantas pessoas, poderia simplesmente esperar uma iniciativa de Jesus, ou permanecendo em seu estado de inercia, não se mover. Não estranhe, iniciativa, pro ação não é algo que está na pessoa da maioria das pessoas. Boa parte delas espera que as coisas aconteçam ao invés de provocá-las. Qual e a sua postura quanto a isso? Jesus está passando a cada dia, a cada momento diante de você, como agora mesmo quando você lê, medita e, aplica ou não estas palavras. Bartimeu se levantou, foi na direção de Jesus, ele sabia que ele poderia sarar a sua vida, dar a ele a visão que nunca teve e por isso, levantou-se e partiu. Você tem alguma duvida em relação a isso? você sabe que Jesus pode? Portanto o que está esperando? Parta em direção a ele, tenha INICIATIVA.
PERSEVERANÇA, quando se levantou e foi na direção de Jesus, Bartimeu pode perceber que seu maior inimigo naquele momento não era a sua deficiência visual e sim aqueles que, não enxergando o propósito do amor de Deus em Cristo tentavam impedir que ele se aproximasse de Jesus. Uma guarda voluntária de segurança de Jesus já se colocava a postos e o repreendia quando clamava. Essas pessoas representam aqui obstáculos que se colocam em nossas vidas. Podem ser mesmo pessoas, mas também podemos considerar aqui situações, nuanças de nosso ser, ausência de fé, desilusão, cansaço etc.
Esses obstáculos são comuns em todas as vidas. Olhando a atitude de Bartimeu, me inspiro para seguir tentando, para nunca desistir pois certo é que Jesus sempre estará passando e por onde ele passa ele deixa a sua marca de amor e de misericórdia. Li algo certa vez algo que dizia que a tristeza em ver as pessoas que desistem com facilidade e perceber que elas sequer sabiam o quanto estavam perto da vitória quando tomaram essa decisão. Jesus disse que a semente brotou, mas observa “com perseverança”. Portanto, PERSEVERE
FÉ, ninguém vai longe na vida com Deus sem exercê-la. A bíblia diz que sem fé é impossível agradar a Deus. Bartimeu tomou a iniciativa, perseverou mas isso se deu por conta da fé que havia em seu coração. Aquela certeza das coisas que não vimos ainda, é o que nos move. Nossa fé é fortalecida pelas situações da vida, pelo exemplo de outras vidas e pela história do povo de Deus ao longo da sua história. Quando vejo acontecer na vida de alguém a resposta de Deus, isso fortalece não apenas aquela pessoa, mas a mim também, Deus é de fato, um Deus de promessas e nisso está fundamentada a minha existência. Não deve ser diferente na sua. Pense sempre nisso.
No texto da carta aos coríntios Paulo está tratando exatamente disso. Cri por isso… cri por conta de minha fé, de minha certeza de que ele sempre agirá e de uma forma ou de outra, eu estarei ali sendo abençoado com sua perfeita vontade. O apóstolo, baseado em sua própria experiência apresenta as situações da vida que se colocam diante de nós, os obstáculos, barreiras e os sofrimentos que ele, sabemos enfrentou tanto e especialmente por fazer a vontade de Deus. Ele coloca a necessidade de olhar para que não se vê, isso é eterno. Talvez aqui se aplique as coisas que não se veem como as coisas espirituais, as promessas uma vez que essas coisas são eternas e as demais, como ele mesmo diz, são transitórias.
Com o exemplo de Bartimeu em sua ATITUDE, PERSEVERANÇA E FÉ, e com o exemplo prático de Paulo e de sua própria caminhada, siga hoje na direção do acerto e que seu acerto seja no alvo de ser e fazer a vontade de Deus sempre.
Minha Oração
Deus, preciso tomar decisões em minha vida, preciso seguir na direção do acerto me ajude a ter atitude, a perseverar e a ter fé em todas as situações
por Miguel Uchôa | 22 mar, 2013 | Blog
Primeiro os que Servem
Marcos 10:32-45;2 Coríntios 4:1-12
E chegado o momento de substituir o ideal de sucesso pelo ideal de serviço
Albert Einstein
Não poucas vezes me deparo com situações no evangelho onde me pergunto até onde os primeiros discípulos de Jesus de fato estavam o seguindo por algum interesse privado, por ser uma novidade ou porque de fato estavam entendendo a mensagem de Cristo. Em seguida vou terminar concluindo que da fato seria uma mistura disso tudo. Em alguns momentos poderia isolar uma dessas possibilidades e ainda outras mais, noutros concluo que eles na realidade estavam muito aquém de uma real compreensão. A leitura de hoje me lança na segunda possibilidade.
Jesus está anunciando aquilo que é o desfecho de sua missão, o momento crucial, o ápice de tudo aquilo que ele veio fazer neste planeta, a razão pela qual Deus se fez carne e habitou entre nós. Aquilo que se transformaria mais tarde no maior exemplo de amor jamais visto em toda história do universo quando Deus entrega seu filho por amor de cada um de nós. Perceba a seriedade do momento, veja como Jesus está quase que perceptível nas letras , com um coração pesado. Mas de repente, ele acaba de falar e esses homens, como alunos em uma sala de aula, levantam as mãos para o direito a uma pergunta, uma dúvida que precisa ser esclarecida. Neste instante, o professor, mestre da sala de aula fica na expectativa de uma pergunta inteligente ou, que pelo menos se refira com fidelidade ao assunto que vinha sendo tratado. Mas alguns dos alunos, como quem não está ligado com o assunto levantado pelo mestre, se saem com uma pergunta que vai ao avesso do tema. “Mestre, queremos que nos faças o que vamos te pedir”. Sim , o que desejam? Queremos ter privilégios, queremos diferenciação, queremos destaque!!!
Oh meu Deus, Jesus de fato tinha domínio próprio, paciência e todos os demais componentes do fruto do Espírito. A minha vontade, apenas lendo o texto é a de dizer alô…. vocês estão ouvindo o que ele está dizendo? Seu mestre está narrando sua via dolorosa, sua jornada em sofrimento, sua expectativa da morte humilhante e vocês estão preocupados com privilégios e diferenciações? Mas depois, com mais calma, vejo que essa é a realidade de uma humanidade dacaida, de um ser humano distanciado de sua perfeita imagem e semelhança com o criador. Esses somos nós em nossa parca compreensão de Deus e de seu propósito.
Somos chamados para anunciar e viver essa realidade de sacrifício vivida por Cristo em nosso favor, de tudo que ele viveu e da forma que ele morreu por nós que por nossa distancia de sua perfeição nada mereceríamos. Mas, muitas vezes estamos sim preocupados com nossos privilégios, com o que receberemos e muito pouco nos preocupamos com aquilo que precisamos dar. Talvez você diga agora, mas comigo não é assim, eu não busco posição, diferença, ou qualquer privilégio. Mas me permita dizer que você se engana nessa afirmação. Sim você busca, você deseja, tanto que quando não vem , seu coração se entristece, seu folego desfalece, você até derrama lagrimas, sofre, mas, mesmo assim continuará afirmando que “ não se preocupa com essas coisas” por favor, entregue-se à verdade. Se nada disso lhe incomodasse, você não ficaria dessa forma quando se trata de não receber reconhecimento. Os louros fazem falta a todos nós.
Depois de seguir inquerindo eles a respeito do que eles poderiam aguentar e sempre tendo deles a resposta que se assemelha a uma insistência no equivoco. Sim nos podemos… Jesus deixa de lado sua tentativa de argumentos e fecha seu pensamento dizendo que o mais importante na sua perspectiva é aquele(a) que serve. A perspectiva de privilégios não encontra eco no evangelho, a diferenciação será sempre na contra mão do mundo e dos seus governos e poderes. Vale mais, quem serve mais.
Paulo vai concluindo seu argumento de defesa do seu próprio ministério, se coloca como alguém que anuncia uma luz e não como alguém que tem uma luz. Ele tira om foco da mensagem de sua própria vida e a coloca no centro do evangelho, na pessoa de Jesus Cristo. Quando Paulo se coloca como um anunciador da mensagem “Mas não pregamos a nós mesmos, mas a Jesus Cristo, o Senhor, e a nós como escravos de vocês, por causa de Jesus.”em seguida vem a sua ênfase pessoal na fragilidade de cada um e na sua própria. O Tesouro, que é a mensagem do evangelho, o poder de Deus, temos como em vasos de barro que somo nós em nossa fragilidade.
Tanto o evangelho de hoje quanto a carta aos coríntios vai nos remeter a nossa dependência de Deus, a nossa fragilidade e ao poder exclusivo da mensagem do evangelho que é o poder de Deus para a salvação de quem crê. Hoje você está percebendo a grandeza da mensagem e a pequenez de quem anuncia. A nossa vida é sim privilegiada em diferentes aspectos, ao receber e aceitar a mensagem, em servir a Deus como veículo dela. Ela é poderosa, nós frágeis. Nossa fortaleza está na consciência desse fato.
Minha Oração
Senhor, que o meu ser compreenda que meu maior privilégio é servir à tua causa e que a minha consciência perceba a fragilidade deste ser e a preciosidade de tua mensagem sempre nessa ordem
por Miguel Uchôa | 21 mar, 2013 | Blog
Um Coração Doador
Marcos 10:17-31;2 Coríntios 3:7-18
Ganhe tudo que você puder, economize tudo que
você puder, doe tudo que você puder
John Wesley
Na continuidade de seu ministério, Jesus está ali, saindo de sua casa onde havia ministrado a muitos, logo na saída esse homem veio em sua direção, era um homem rico, judeu e cumpridor dos seus deveres religiosos, como ele mesmo afirma. A sua declaração a Jesus parece sincera, ele de fato estava interessado em ouvir uma palavra do mestre. No entanto, nem sempre, mesmo querendo ouvir, ouvimos o que queremos. A sua questão era algo chave a essa altura, Jesus vinha ensinando sobre a vida eterna, colocando oposição à Lei pela sua ausência de graça e misericórdia, ele queria saber o que precisava fazer então. Quando chama Jesus de bom mestre, é questionado por Jesus com esse tratamento e em seguida mais uma vez testado no conhecimento da Lei. Não temos elementos para achar que Jesus estivesse mais que testando a fé e o interesse daquele homem, conhecido nessa história como o “jovem rico”Jesus estava tentando expor a realidade do pecado com a Lei , esse homem ainda estava pensando na salvação como algo que se consegue fazendo algo.
É importante perceber que Jesus cita cinco dos dez mandamentos e todos eles se referem ao relacionamento com o próximo, talvez numa tentativa de, usando a lei questionar aquele homem se ele de fato amava o próximo como a si mesmo. Nessa tentativa o jovem responde positivamente que faz tudo isso desde há muito tempo, em seguida Jesus vai mais adiante, e coloca a sua lealdade aqueles mandamentos numa perspectiva diferente a real negação de si mesmo se desfazendo do que tem e doando ao próximo.
Claro que Jesus não queria dizer com isso que esse passo daria a ele qualquer salvação, sua mensagem era de salvação pela fé e nada além disso, mas ele segue em sua tentativa de levar aquele homem à compreensão das boas novas sem no entanto ser bem sucedido. A negação dele em doar seus bens aos pobres apenas mostrou que ele de fato não tinha o amor pelo próximo na medida necessária. Se aquela demanda era o que se pedia para a salvação eterna ele deveria simplesmente reconhecer sua limitação em cumprir por si mesmo esse requisito e se colocar como carente da graça de Deus, mas ele simplesmente se retira mostrando que, mesmo conhecendo a Lei, não tinha a total compreensão daquilo que ela mesmo preconizava.
Jesus nunca condicionaria a nossa salvação a nada material, mas por isso mesmo cada um deve se reconhecer pecador(a) e necessitado(a) de sua maravilhosa graça. Mas isso nos coloca diante de uma pergunta que pode nos incomodar, mas que precisa ser pensada com seriedade. Estamos usando os nossos recursos financeiros e materiais disponíveis para a Gloria de Deus? Não assumi que você é rico, apenas que o texto nos coloca diante de uma pergunta que parece não querer calar, até onde entendo a dinâmica do dar como expressão de minha espiritualidade? Quando Jesus afirma a dificuldade dos ricos entrarem no Reino de Deus, ele está nada mais mostrando que os ricos, mas não somente eles, tem a tendência a focar as suas vidas nas coisas materiais. Muitos deles se tornaram ricos porque fizeram isso a vida toda e presos a essa visão materialista de mundo, dificilmente se colocam disponíveis com suas posses para servir a Deus.
Quando eu disse que não somente os ricos tem a tendência a focar suas vidas nas coisas materiais, tento denotar o que nos e obvio, que sem a compreensão da dinâmica de Deus, tanto ricos como não ricos não entenderão jamais que dar é mais bem aventurado que receber. Que esse foi o exemplo daquele que se deu por nós, que nunca quis receber nada senão servir ao propósito de Deus. Ora, se queremos ser iguais a ele, porque focamos nossas vidas muito mais no receber do que no dar, porque questionamos tanto isso, porque isso nos incomoda tanto? Minha resposta a mim mesmo tem sido sempre que isso acontece porque ainda estamos muito distante da compreensão do que seja a vontade de Deus e a nossa submissão a ela. Coloque-se hoje diante de Deus e questione-se a esse respeito, o que você tem feito nesse sentido, para não somente compreender melhor isso, mas também colocar em prática.
A carta aos coríntios segue a ministração sobre a relevância da nova aliança, o ministério do Espírito. Muitos ainda vivem na antiga dispensação, estão ainda com a compreensão limitada, encobertos pelo véu. Colocando-me dentro do contexto do evangelho trago essa reflexão para nossa compreensão dizendo que a Lei dizia que o dízimo era uma obrigação, mas a graça diz que o coração doador é uma expressão de um coração que entendeu que na economia de Deus quem dá se assemelha a quem tudo deu por nós, que pensa somente em receber se distancia daquele que tenta se aproximar de nós com seu amor e sua graça.
Minha oração
Senhor, apenas me ajude a entender a dinâmica da entrega e a pequenez do que significa pensar apenas em receber sempre.